Plecoptera do Semiárido: conhecimento atual e desafios

Lucas Silveira Lecci
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - Campus Juína,
[email protected]

Tácio Vitor Duarte Simões
Adolfo R. Calor

Universidade Federal da Bahia, Instituto de Biologia, Laboratório de Entomologia Aquática, PPG Diversidade Animal. [email protected], [email protected]m

Introdução

A ordem Plecoptera possui 16 famílias em duas subordens, Arctoperlaria e Antarctoperlaria (Zwick 2000). A primeira, de origem laurásica, contém as infraordens Euholognatha e Systellognatha, enquanto a segunda, de origem gondwânica austral, apresenta as superfamílias Eusthenoidea e Gripopterygoidea (Zwick 2000). De acordo com estimativas de Fochetti & Tierno de Figueroa (2008), o número de espécies descritas é aproximadamente 3.500.

Trabalhos recentes (Froehlich 2010a, 2011a,b; Righi-Cavallaro & Lecci 2010; Lecci & Froehlich 2011; Bispo & Lecci 2012; Righi-Cavallaro et al. 2013), no entanto, adicionaram mais 23 espécies, principalmente no Brasil.

Os plecópteros apresentam cabeça prognata, geralmente achatada, amplamente articulada com o pronoto, com dois olhos compostos bem desenvolvidos e dois ou três ocelos, antenas filiformes, longas e ultissegmentadas, tarsos trisegmentados (Stark et al. 2009).
 
O corpo é um pouco achatado dorso-ventralmente, pouco esclerosado e de coloração sombria, existindo algumas espécies com coloração vibrante (Froehlich 1999). O abdome é composto de onze segmentos, sendo dez distintos e visíveis, o oitavo esternito da fêmea e o nono do macho formam uma placa subgenital, o décimo primeiro segmento possui um par de paraproctos e um par de cercos longos e multissegmentados (Hynes 1976; Stewart & Harper 1996).
O abdome é composto de onze segmentos, sendo dez distintos e visíveis, o oitavo esternito da fêmea e o nono do macho formam uma placa subgenital, o décimo primeiro segmento poss ui um par de paraproctos e um par de cercos longos e multissegmentados (Hynes 1976; Stewart & Harper 1996).

Suas gônadas são em forma de “laço”, tanto ovários quanto testículos fundidos em sua porção mediana, os machos possuem sua vesícula seminal com arranjo complexo na porção anterior do “laço” (Zwick 2000).

Os adultos possuem dois pares de asas articuladas que se dobram sobre o abdome. As asas são membranosas, sendo as anteriores alongadas e relativamente estreitas, enquanto as posteriores são um pouco mais curtas e têm geralmente um lobo anal bem desenvolvido que se dobra em leque quando em repouso (Pennak 1978). Daí o nome da ordem, pleco = entrelaçar, dobrar; pteron = asa (Froehlich 1999).
Os imaturos são comuns em águas correntes e limpas, são muito utilizados em programas de biomonitoramento da qualidade da água em países da América do Norte e Europa (Rosenberg & Resh 1993). As ninfas podem ser encontradas sob pedras em riachos, e ocasionalmente em qualquer lugar do riacho onde exista oxigênio (Giller & Malmqvist 1998).

Acesso à Publicação

O texto acima apresenta apenas uma introdução ao tema abordado no Capítulo 7 (p. 91) do livro Artrópodes do Semiárido: Biodiversidade e Conservação, organizado por Freddy Bravo e Adolfo Calor. A obra está disponível no Google Acadêmico.